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Agricultura orgânica foi tema do Fórum de Segurança Alimentar

Uso de resíduo da poda urbana foi discutido por especialistas e gestores

Agricultura orgânica foi tema do Fórum de Segurança Alimentar

O Fórum de Segurança Alimentar realizou reunião na tarde desta quinta-feira, 09 de junho, promovendo o debate sobre a conservação da biodiversidade e a utilização sustentável dos recursos dos meios de produção de alimentos, através dos resíduos da poda urbana na agricultura familiar e hortas urbanas.

Presidida pelo vereador Marcos Papa (Podemos), a Mesa foi composta pelo presidente do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, Luciano Botelho, o engenheiro agrônomo Nelson Eduardo Correa Neto, e a secretaria adjunta da Secretaria de Assistência Social, Kelara Yaisa da Costa.

Foi realizada pelo engenheiro Nelson uma apresentação sobre questões fundamentais da agricultura orgânica. Foram exibidos estudos realizados com uso da compostagem em diversas plantações. O trabalho realizado em assentamento de reforma agrária, mostrou a utilização da técnica de plantações de várias lavouras ao mesmo tempo para que estas ocupem vários andares ao mesmo tempo. Destacou a importância em deixar o solo fértil, com nutrientes, explicando formas de produzir alimentos sem veneno. “A gente planeja cada lavoura como um pequeno organismo, entendendo que dela fazem parte as minhocas, as árvores que serão podadas, o manejo de clima” explicou Nelson. E continuou na apresentação que essas agroflorestas planejadas são como organismos com diferentes funções, podendo ser a roça sem queima, hortas, lavouras, pomares, criações de animais, mas em todos os casos é fundamental produzir madeira ao mesmo tempo.  “O mundo caminha para um caos completo e a salvação é um trabalho de amor à natureza e uma sociedade baseada no amor e na cooperação”, finalizou a apresentação o engenheiro.

Na sequência representando a Mentoria Ribeirão Preto, Ronaldo Munenori Endo, especialista em educação ambiental e recursos hídricos e professor universitário, fez uma apresentação sobre hortas comunitárias, especialmente uma experiência desenvolvida na Comunidade da Paz que abriga 370 famílias. Também foi abordado sobre a dificuldade ainda encontrada para viabilizar o recolhimento da poda de árvores através da prefeitura para as hortas comunitárias. “O Poder Público precisa de criar mecanismos que facilite, que promova esse tipo de ação, com muito pouco dá para realizar muito”, encerrou Ronaldo.

O representante da CPFL, que contou sobre a experiência na empresa da gestão de podas urbanas. A CPFL realiza anualmente em média de 25 a 30 mil podas de vegetações que crescem próximo à rede elétrica, sendo esse material é destinado ao bolsão.  

A secretaria da Infraestrutura, através do engenheiro florestal Marcio Silveira da Silva, informou que durante o ano de 2021 foram realizadas cerca de 33.000 podas, e que anualmente são processadas em torno de 25.200 toneladas de massa verde. Quanto à destinação às hortas comunitárias, explicou que a burocracia dificulta, sendo que não consta nos contratos das terceirizadas que os caminhões encaminhem o material para outros locais.  A usina de compostagem vem sendo estudada pela administração municipal.

Representando a Câmara Intersecretarial Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), informando que está iniciando a elaboração do mapeamento da segurança alimentar no município.   

Ainda fizeram uso da palavra os líderes comunitários do assentamento Mario Lago, Comunidade da Paz, Cebola, Cooperativa Agroecológica Mãos da Terra, Cooperativa Orgânica Agroflorestal Comuna Da Terra, todos destacando a importância da destinação do material de podas, além da dificuldade em distribuir no município os alimentos produzidos.

Acompanharam o evento representantes da Secretaria do Meio Ambiente, dos mandatos dos vereadores Ramon Todas as Vozes (Psol) e Coletivo Popular Judeti Zilli (PT), e líderes comunitários.

Texto: Silvia Morais (MTB 77105/SP)

Fotos: Allan S. Ribeiro (MTB 0081231/SP)