Origem do nome: Nome do ribeirão que atravessa a cidade chamado de Preto.
Fundadores
Os doadores de terras para a formação do Patrimônio de São Sebastião são considerados os fundadores da cidade de Ribeirão Preto e o dia 19 de junho de 1856 a data oficial de fundação (lei Municipal nº. 386 de 24 de dezembro de 1954).
Mariano Pedroso de Almeida e Maria Lourenço do Nascimento;
José Borges da Costa e Maria Felizarda;
Inácio Bruno da Costa e Maria Izidora de Jesus;
Severiano João da Silva e Gertrudes Maria Teodora;
João Alves da Silva e Ana Delfina Bezzera;
José Alves da Silva e Pulcina Maria de Jesus.
Santo Padroeiro: São Sebastião
Os primeiros habitantes da região de Ribeirão Preto
A região onde hoje encontramos Ribeirão Preto, São Simão, Batatais e Cajuru foi habitada originalmente pelos índios Caiapós, tribo indígena que pertencia ao grupo lingüístico Jê (chamados de Tapuias pelos índios Tupis do litoral).
No meio das florestas e dos campos imensos, os Caiapós se dispersavam por algumas aldeias onde cultivavam pequenas plantações de milho e mandioca. Como grupo semi-nômade viviam ainda da caça, da pesca, da coleta de mel e frutas nativas como a jabuticaba, o araçá e o maracujá.
Os Caiapós confeccionavam utensílios para o trabalho e objetos de cerâmica, como as igaçabas (urnas funerárias) onde colocavam os mortos para serem enterrados. Cada indivíduo possuía seus próprios objetos para caça (arco e flecha), mas as terras e plantações pertenciam ao grupo. Os homens desbravavam o mato, preparavam a terra para a plantação, construíam as canoas, etc., as mulheres cultivavam a roça, fabricavam a farinha e cuidavam das crianças.
Os Bandeirantes e o caminho de Goiás
Em busca de índios, para serem vendidos como escravos, e de ouro, grupos de homens originários da Vila de São Paulo de Piratininga (atual São Paulo), conhecidos como “paulistas” ou bandeirantes, começaram a desbravar o interior do Estado.
Chegavam de surpresa, atacavam as aldeias dos índios ou os chamavam para luta aberta nos descampados. Dispondo de armas de fogo e ajudados por outros índios, seus aliados, prenderam milhares de índios Caiapós, obrigando as populações remanescentes a deixarem esta região.
Um destes bandeirantes que saíram para o sertão em busca de ouro foi Bartolomeu Bueno da Silva, apelidado pelos índios de Anhanguera, que quer dizer “diabo velho”. Ele descobriu pepitas de ouro na terra dos índios Goiases por volta de 1670, mas morreu logo em seguida.
Um filho deste bandeirante, que tinha o mesmo nome do pai, e que por isso ficou conhecido por Anhanguera II, voltou ao sertão e redescobriu as famosas minas em 1722.
A expedição do Anhanguera II levou apenas 20 dias para ir a pé e de montaria de São Paulo até o Rio Grande. A rapidez com que percorreu o caminho deixa claro que o trajeto era bem conhecido; sendo trilhado inicialmente pelos índios e depois por muitas entradas e pelos bandeirantes. Isso indica também que havia moradores por ali muito antes desta expedição.
A partir da redescoberta do ouro em Goiás, este percurso passou a ser mais transitado e conhecido como “Caminho de Goiás”. Este trajeto passava pelos atuais municípios de Mogi Mirim, Casa Branca, próximo de Cajuru e de Batatais.
Apesar da inscrição no brasão de armas de Ribeirão Preto “Bandeirantium Ager” (terra de bandeirante), nenhum bandeirante pisou no nosso Município.
(fonte: Ribeirão Preto: da Figueira a Barra do Retiro de José Antônio Lages)
Povoamento
Ribeirão Preto no início de sua formação era composto por um conglomerado de fazendas, próximas a estrada que demandava o Triângulo Mineiro e o Planalto Goiano (Caminho de Goiás), a maioria destas fazendas originara-se do apossamento pacífico de terras que o tempo legitimara e que as heranças consolidaram.
A fazenda Barra do Retiro marcava o centro da área que viria a se tornar o município de Ribeirão Preto, as outras fazendas eram: Palmeiras; Ribeirão Preto ou Pontinha; Retiro; Serrinha; Serra Azul; Tamanduá; Capoeirinha; Figueira; Cravinhos; Cabeceira do Ribeirão Preto; Lageado; Laureano ou Braço Direito do Ribeirão Preto e Sertãozinho.
A maior parte destas terras era ocupada pela família Reis de Araújo, que habitavam esta região desde 1811. Além dos Reis de Araújo, outras famílias, oriundas do sul de Minas Gerais e de Mogi Guaçu, começaram também a povoar a região no início do século XIX, como Borges da Costa, Alves da Silva, Bezzerra Cavalcanti, Nazareth de Azevedo e Soares de Castilho.
A ausência de demarcações precisas dos limites da maioria das propriedades provocou diversos conflitos e demandas pela posse das terras. Em 1835 um sério conflito envolveu as famílias Dias Campos e Reis de Araújo, após anos de discussões, em 1846 chegou-se a um acordo onde os Reis de Araújo pagaram aos Dias Campos um montante combinado, ficando a posse destas terras definitivamente nas mãos da família Reis de Araújo.
(fonte: Ribeirão Preto: A Dinâmica da Economia Cafeeira de 1870 a 1930, de Luciana Suarez Galvão Pinto).