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Audiência Pública debate vacinação de estudantes e pesquisadores da Saúde em RP

Professores e alunos de universidades cobram prioridade na imunização de estudantes em fase de estágio
Audiência Pública debate vacinação de estudantes e pesquisadores da Saúde em RP

 

Uma Audiência Pública promovida pela Câmara Municipal nesta quarta-feira, 19 de maio, e presidida pela vereadora Duda Hidalgo (PT), debateu a prioridade da vacinação dos estudantes e pesquisadores da área da Saúde em Ribeirão Preto. A reunião foi realizada de forma remota, em cumprimento ao protocolo de prevenção à Covid-19, e contou com a participação de professores e diversos representantes de Diretórios Acadêmicos e Centros Estudantis de universidades da cidade.

Após a abertura da audiência, a vereadora Duda Hidalgo passou a palavra ao professor Miguel Hipólito, da Faculdade de Medicina da USP/RP, que falou da preocupação das universidades a respeito da vacinação dos alunos, especialmente depois que de o Governo Estadual ter decretado o retorno de 100% dos alunos às atividades presenciais. “Temos chamado a atenção das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde para o fato de que esses alunos, principalmente os que estão em período de estágio, têm de ser considerados prioritários na vacinação porque estão, em sua grande maioria, atuando diretamente no combate à pandemia e expostos ao risco de contaminação”, disse.

A professora de Psicologia da USP/RP, Marina Simões, falou sobre a perda que se tem na ausência dos alunos no campo da prática. “A gente perde na formação desses alunos como futuros profissionais e perde no atendimento à população, uma vez que a pandemia tem nos ensinado que teremos que conviver por muito tempo com esse panorama. Por isso a gente tem que cobrar da prefeitura que apresente, no mínimo, um planejamento, para que a gente possa fazer um contingenciamento dessa demanda e determinar os alunos que precisam ser vacinados para poderem ir a campo. Mas precisamos urgentemente de um planejamento senão tudo vai travar”, afirmou. A professora lembrou ainda da responsabilidade que as instituições de ensino têm para com a segurança dos alunos, e que eles não serão expostos a risco sem estar devidamente vacinados. “Temos um compromisso ético com a população, mas também somos, enquanto educadores, responsáveis pela segurança de nossos alunos”, ponderou.

O professor Ricardo Lessa, da Faculdade Barão de Mauá, ressaltou o fato de que mesmo estando incluídos em diversas portarias, os estudantes não estão sendo contemplados com a vacina. “No meu entender, isso se configura em descumprimento da legislação, já que esses alunos estão, sim, trabalhando diretamente no enfrentamento da pandemia e sem direito a vacina”, protestou. Disse ainda que cobrou uma posição da Secretaria Municipal da Saúde e que a resposta foi de que não há vacinas suficientes.

Entre os muitos representantes de Diretórios Acadêmicos e Centros Estudantis das mais diversas áreas da Saúde, que participaram da audiência, a opinião foi unânime de que não há como os alunos se sentirem seguros em cumprir seus estágios sem vacinação. Para eles, independentemente de estar ou não na linha de frente, todos são expostos de alguma forma ao risco de contaminação, a partir do momento em que prestam atendimento à população.

Antes de encerrar a Audiência Pública, a vereadora Duda Hidalgo, leu algumas mensagens com relatos e reclamações de alunos enviados pelas redes sociais.

Texto: André Luís de Jesus (MTB: 32.880/SP)

Foto: Thaísa Coroado (MTB 50.170/SP)