Presidida pelo vereador Ramon, do Coletivo Todas as Vozes (PSOL), a Reunião Pública aconteceu na noite desta quarta-feira, 12 de maio, com o tema: Como vive a população negra de Ribeirão Preto?
Neste espaço foram ouvidas pessoas negras representantes de entidades e coletivos do movimento na cidade.
O vereador Ramon citou a recente operação policial na favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro, que deixou dezenas de mortos e é considerada a ação mais letal da história do estado. Com mais de 37 mil moradores, a comunidade do Jacarezinho é tida como a favela mais negra do Brasil.
“A gente sabe que o Jacarezinho faz parte e é vítima dessa política de genocídio contra a população negra”, comentou.
A historiadora Patrícia Cardoso também resgatou fatos lamentáveis que envolveram pessoas negras vítimas do racismo estrutural na sociedade, e comportamentos padronizados de opressão.
“Temos um padrão de sociedade cuja lógica racista degradante autoriza que aqueles sujeitos das forças de segurança pública ajam de acordo com o que eles entendem enquanto bem”, destacou.
Outra questão em pauta é a discriminação da população negra nas relações de trabalho, que ocorre no momento das entrevistas e dinâmicas de seleção, desigualdade salarial e questionamentos sobre a capacidade para exercer trabalhos de maior complexidade intelectual.
“É grande a dificuldade que temos de alcançar cargos renomados em empresas públicas e privadas, ter a confiança mesmo com toda a competência”, comentou Sheila Brandão, co-vereadora do mandato coletivo Todas as Vozes.
Racismo é a manifestação de violência física ou verbal contra indivíduo ou grupos por conta da etnia, raça ou cor, bem como a supressão de acesso a serviços básicos (ou não) e a locais pelos mesmos motivos. Fonte: Brasilescola.
O racismo deve ser combatido todos os dias, em todos os lugares, portanto há evidente importância do dabate no âmbito do legislativo municipal, para que haja reivindicação e garantia dos direitos básicos sonegados em centenas de anos de discriminação nas cidades brasileiras.
“Tivemos muitas falas, muitas contribuições nesta noite. Trouxemos questões políticas, análise e avaliação de como nós enquanto negros vivemos na cidade e o contexto do país. Vamos levar projetos de lei e ações pela cidade de forma coletiva, portanto quem tiver interesse nos procure”, finalizou Ramon.
Texto: Marco Aurelio Tarlá (MTB 64.025/SP)
Fotos: Thaisa Coroado (MTB 50170/SP)