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Comissão de Estudos das filas do SUS ouve sugestões de três médicos

Vereadores ouviram o médico e professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Dr. José Sebastião dos Santos; a médica dermatologista da Rede Pública, Dra. Helena Barbosa Lugão, e a médica da família, Dra. Milena Seoane Colmero Muniz
Comissão de Estudos das filas do SUS ouve sugestões de três médicos

Por: Silvia Morais - Foto: Aline Pereira

 

A Comissão Especial de Estudos para avaliar as filas do SUS, ouviu na tarde desta quinta-feira, 19 de abril, o médico e professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Dr. José Sebastião dos Santos; a médica dermatologista da Rede Pública, Dra. Helena Barbosa Lugão, e a médica da família, Dra. Milena Seoane Colmero Muniz.

O presidente da CEE, Marcos Papa (REDE), iniciou a reunião sugerindo que fosse definida a relatoria da comissão. Os membros, André Trindade (DEM), Elizeu Rocha (PP), Gláucia Berenice (PSDB), Marinho Sampaio (MDB) e Nelson das Placas (PDT), decidiram que a vereadora Gláucia assumisse a função.

O primeiro dos convidados a ser ouvido, Dr. José Sebastião, pode compartilhar de sua experiência durante o período que assumiu a Secretaria da Saúde (2005-2006), e sua vivência no atendimento no Hospital das Clínicas. Para ele, a Atenção Básica não cumpre um grande papel que precisa ter no Sistema de Saúde. “É necessário conversar, escutar, diagnosticar, resolver e saber encaminhar” explicou o médico. Segundo sua experiência, muitos exames são solicitados sem necessidade, os profissionais da saúde deveriam ser mais capacitados e terem melhores condições de trabalho.

Após o vereador Marinho questiona-lo sobre o índice de faltas em consultas, foi exposto à comissão que no H.C. a primeira consulta tem 15 a 17% de faltas, na Atenção Básica 34%, e que isso ocorre por serem consultas agendadas e com um espaço de tempo muito longo, muitas vezes o paciente já se curou ou procurou atendimento particular. Para o médico é necessário serem realizadas modificações na regulação.

O desvio de médicos e enfermeiros também foi abordado e todos concordaram que é um desperdício de profissionais da saúde que poderiam estar atuando e estão desempenhando funções administrativas.

A médica Helena Barbosa Lugão acredita que uma das formas para melhorar a fila para consultas específicas e amenizar o fluxo do pronto atendimento, é o sistema de matriciamento (é um modo de realizar a atenção em saúde de forma compartilhada com vistas à integralidade e à resolubilidade da atenção, por meio do trabalho inter disciplinar). Helena colocou em prática o matriciamento no período de setembro a dezembro de 2016, e pode comprovar a melhora significativa das filas e atendimento nas 16 Unidades de Saúde que trabalhou. A modificação na lógica da fila é necessária, dos atendimentos realizados 72,2% não precisavam serem regulados. A interrupção do programa, ela acredita que se deve à mudança de gestão e talvez a falta de interesse da atual administração.

Os vereadores presentes decidiram oficiar o secretário para esclarecer a posição sobre a paralisação do programa.

Complementando o que foi dito pelos dois primeiros convidados, a médica da família Dra. Milena Seoane Colmero Muniz, explicou aos vereadores que existem três modelos de agendas, o tradicional, que é o utilizado, quando a agenda é feita totalmente com antecedência, e que causa as faltas dos pacientes, deixando o profissional ocioso e impedido de atender a demanda espontânea. O segundo modelo em que 50% agendado e 50% de demanda espontânea, e o Acesso Avançado quando 65% fica para a agenda aberta e 35% pré -agendado.

Os vereadores ouviram ainda Valquíria Rios, usuária do SUS, que falou sobre a dificuldade e morosidade em uma consulta de oftalmologia.

A próxima reunião ficou agendada para o dia 17 de maio às 15 horas quando será ouvido o psicólogo Marcus Vinicius, coordenador de saúde mental de Ribeirão Preto.