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Comissão ouve médicas veterinárias sobre requisitos para a prática de eutanásia

Recurso deve ser aplicado somente em casos de paciente em estado de saúde irreversível
Comissão ouve médicas veterinárias sobre requisitos para a prática de eutanásia

Fotos: Allan S. Ribeiro

Na noite desta quarta-feira (30), os vereadores da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga os casos e procedimentos de prática de eutanásia em animais na Coordenadoria de Bem Estar Animal, reuniram-se para ouvir as médicas veterinárias Sandra Regina Ribeiro da Silva e Inaê Barbara Febrini Papa, das ONGs Focinhos S.A. e Associação Vida Animal (AVA), respectivamente.

O presidente da Comissão, vereador Marcos Papa (Rede), fez diversos questionamentos relacionados aos padrões de atendimento adotados nos animais em estado crítico de saúde nas ONGs. Papa relembrou as respostas dos profissionais da Coordenadoria do Bem Estar animal quando em oitivas anteriores, e apontou contrapontos.

Sobre os horários de plantões estabelecidos na Coordenadoria, Sandra e Inaê afirmaram não serem suficientes ao tratamento de que os animais necessitam. "O paciente crítico muitas vezes necessita de tratamento a cada hora. As medicações precisam de horário exato e a interrupção do processo inutiliza os efeitos", afirma Sandra.

Em relação à falta de estrutura de equipamentos para exames já relatada pelos profissionais da Coordenadoria à Comissão, a médica Inaê afirmou ser muito difícil a obtenção de diagnóstico nessa situação. "É impossível o diagnóstico apenas através de avaliação clínica. Os exames complementares é que nos dizem qual a melhor forma de tratamento", declarou.

Sobre a suspeita de eutanásia na Coordenadoria em animais saudáveis cujos donos alegam falta de condições financeiras para mantê-los, Sandra explicou que o fato não se justifica. Segundo ela, a eutanásia é o último recurso a ser utilizado para diminuir o sofrimento do paciente em estado irreversível.

Das questões administrativas e de organização de prontuários, as médicas lembraram que é necessário que haja fichas que contenham os históricos dos pacientes no órgão. Sandra explicou que os laudos da Coordenadoria apresentados pela Comissão para análise não possuem requisitos mínimos que justifiquem a prática de eutanásia. Papa indignou-se e relatou urgência ao caso. "Ribeirão preto encontra-se em estado medieval de tratamento aos animais. Precisamos de solução imediata do prefeito", reitera.

A próxima reunião da CPI será no dia 21 de junho, às 15 horas, na Sala de Comissões do legislativo.

Por Marco Aurélio Tarlá