Fotos: Thaisa Coroado
A CPI que apura a ausência de registros oficiais sobre os valores arrecadados dos aluguéis do Parque Permanente de Exposições no ano de 2016, reuniu-se na manhã desta quinta-feira, 19 de abril. Os vereadores Orlando Pesoti (PDT), Lincoln Fernandes (PDT) e Elizeu Rocha (PP) receberam o atual coordenador de Esportes do município, Marcelo Enderle Nunes, para a terceira reunião de oitivas da Comissão.
Marcelo atuou como comissionado na Pasta de Esportes exercendo função de diretor administrativo entre os anos de 2006 e 2016. Disse que os contratos de aluguéis do Parque, antes de serem administrados pela Secretaria de Esportes, eram feitos diretamente na Casa Civil, quando Layr Luchesi Junior estava à frente das duas Pastas.
Declarou que não participava de reuniões para acertos de valores, e só recebia o contrato posterior às negociações. Segundo ele, os valores eram depositados para a prefeitura, e a Secretaria da Fazenda realizava a transferência para o Fundo Pró-esporte Amador. Mas que paralelamente ao Fundo, alguns aluguéis de valores baixos eram pagos em espécie e ficavam retidos em cofre na Secretaria de Esportes, do qual apenas ele (Marcelo) e a servidora Ivania Cláudia dos Reis tinham acesso. Além disso, informou que em alguns casos o secretário à época, Luchesi, isentava determinados locatários do pagamento da taxa correspondente ao aluguel do Parque, atitude da qual não sabe o motivo. O vereador Elizeu Rocha se diz indignado com o depoimento. "Isso mostra a bagunça que era essa gestão. Um descaso com a população da nossa cidade", afirma.
Os vereadores apresentaram e questionaram notas de compras emitidas em nome de Marcelo, pagas com dinheiro público. Ele confirmou que fazia pagamentos com seu próprio cartão de crédito para necessidades da Secretaria e recebia reembolso posterior através da verba do cofre mencionado, procedimento realizado com aval de Luchesi, que também movimentava essa verba de maneira não oficial. O vereador Lincoln Fernandes critica essa conduta. "O que nós presenciamos hoje é um bom exemplo de como não se deve agir na administração pública. Um desrespeito absoluto ao dinheiro público", declara.
Outra revelação importante feita por Marcelo é que o dinheiro arrecadado com o aluguel do estacionamento do Parque durante a realização dos eventos era entregue diretamente a Luchesi. Segundo ele, esses valores não constavam nas notas dos aluguéis e também não eram depositados à secretaria da fazenda. "É um caso muito grave de suposto caixa 2 na Secretaria de Esportes. Nós vamos ouvir mais pessoas e depois enviar os documentos ao Ministério Público para conhecimento e apuração dos fatos", conclui o Presidente da Comissão, vereador Orlando Pesoti.
Por Marco Aurélio Tarlá
