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Geólogo apresenta atual situação do Aquífero Guarani para comissão

Déficit na recarga, reuso de águas, revisão de leis, e planejamento foram debatidos durante reunião
Geólogo apresenta atual situação do Aquífero Guarani para comissão

Comissão de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Mobilidade Urbana realizou na tarde desta quarta-feira, 18 de agosto, reunião híbrida para ouvir o geólogo Júlio Cesar Arantes Perroni que apresentou dados sobre a atual situação do Aquífero Guarani.

Conduzida pelo vereador Marcos Papa (Cidadania), presidente da comissão, e acompanhada pelo vereador e membro da comissão, Sérgio Zerbinato (PSB), a reunião contou também com a presença de Edson Akira Simabukuro, representando o Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto – Daerp, Olga Kotchetkoff Henriques, representando o CONDEMA, Catherine D'Andrea, secretária do Meio Ambiente, e representantes do DAAE, José Laércio Sanches.

O estudo apresentado por Júlio, vem sendo acompanhado desde 1960, quando o nível do aquífero encontrava-se bem próximo da superfície, já em 2020 o nível encontra-se cerca de 1m20 abaixo do monitorado no início dos estudos.

Ribeirão Preto conta com cerca de 120 poços ativos e 100 desativados, destes 11 são utilizados para monitoramento, o que segundo o geólogo é insuficiente, e 17 poços autorizados pelo DAAE para perfuração. E ainda possui 274 poços de terceiros, sendo nove destes a grandes consumidores.

É recomendável o distanciamento de 1.000 metros entre os poços, o que não ocorre em 59%.

O déficit na recarga do aquífero é de 117.965.000 m³ ao ano, levando em consideração a média de consumo de 124.465.000 m³/ano e a taxa de recarga calculada em 6.500.000 m³/ano. Para a diminuição desse índice, seria necessário que o Daerp trabalhe a redução de perdas e a gestão de demandas.

Foi informado por Akira que o Daerp já vem trabalhando na implantação do sistema de monitoramento eletrônico do nível dos poços, que serão monitorados on-line em um central de controle. Inclusive os poços novos já estão sendo orientados a instalar o dispositivo. Alguns poços já estão passando para o sistema gravitacional e a previsão é que até o final de 2022 estarão finalizados todos os poços para a lei da gravidade, ou seja, os poços irão bombear e passar para o reservatório e encaminhado para os imóveis. Desta forma existe uma economia na perda de água controlando a vazão conforme a pressão.

O uso de água pluvial e o reuso de água cinza, aquela usada por máquinas de lavar, descargas, entre outros usos domésticos, foi apontado como uma forma de uso adequado da água. Campanhas de conscientização do uso e incentivo de descontos foram sugeridos pelo geólogo.

A recarga artificial foi abordada como uma possível contribuição para minimizar os efeitos, porem existe o risco de contaminação o que seria um dano irreversível. Esse tema é abordado no Código do Meio Ambiente e a Lei de Uso e Ocupação do Solo. Desta forma, Papa e Zerbinato deliberaram que a comissão irá oficiar a Secretaria do Meio Ambiente e a do Planejamento questionando a respeito.

Papa lembrou que as revisões dessas leis ainda não foram enviadas ao legislativo, e é urgente que essas sejam adequadas e aprovadas o mais breve possível.

Texto: Silvia Morais (MTB 77105/SP)

Fotos: Allan S. Ribeiro (MTB 0081231/SP)