Por: Silvia Morais - Foto: Aline Pereira
A Comissão Parlamentar de Inquérito constituída para apurar a morte da criança Lorenzo Manoel Faria Barros, reuniu-se na tarde desta quinta-feira, 09 de maio, para ouvir a médica Maria Luiza Santos Cerqueira Lima, que atendeu a criança na UBDS do Quintino Facci, em segundo atendimento naquela unidade de saúde, e anteriormente ao último ocorrido na UPA 13 de maio, quando não resistiu e veio a óbito.
A médica informou que trabalha na Rede Municipal da Saúde a 27 anos, e que atendeu a criança na manhã de sábado, quando a mãe foi receber orientações sobre o resultado dos exames solicitados anteriormente por outro profissional, e relatando três crises de vômito de Lorenzo.
Após exame clínico e análise dos resultados dos exames, a médica confirmou a anemia falciforme e alteração nos glóbulos brancos, que indica alguma infecção. Foi receitado antitérmico no caso de febre, embora a criança encontrava-se afebril durante a consulta, e a medicação Bromoprida para o tratamento do vômito, além de soro para hidratação.
Questionada se consultou a mãe sobre outras medicações que estaria sendo administrada para a criança, a médica respondeu que somente se preocupou com a situação do momento da consulta.
A respeito sobre a ANVISA não recomendar o uso de Bromoprida para crianças menores de um ano, a médica defendeu que no manual de pediatria não existe restrições, e que muitas vezes medicações que não são recomendadas para crianças são utilizadas dependendo do grau da enfermidade. Nesse ponto, Orlando Pesoti questionou se as normas da ANVISA não são respeitadas em relação a outros manuais.
Maria Luiza afirmou que a criança no momento da consulta não apresentava sinais de gravidade, e desta forma não retornou ao consultório após ser medicada.
Os vereadores Orlando Pesoti (PDT), presidente da CPI, Igor Oliveira (MDB) e Isaac Antunes (PR), membros da comissão, aguardam documentações solicitadas pela comissão, inclusive do laudo do IML, e será analisado o depoimento da médica, para decidirem se ainda irão ouvir outros médicos que atenderam Lorenzo, ou funcionários das unidades de saúde envolvidas no caso.
