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Em sessão extraordinária vereadores ouvem secretário da Saúde

O motivo da convocação foi a morte de um paciente na UBS da Vila Tibério
Em sessão extraordinária vereadores ouvem secretário da Saúde

Fotos: Allan S. Ribeiro

O vereadores realizaram na tarde desta terça-feira, 20 de março, no Plenário da Câmara, Sessão Extraordinária que recebeu o secretário Municipal da Saúde, Sandro Scarpelini. Após requerimento do vereador Lincoln Fernandes (PDT), aprovado na sessão ordinária do último dia 13, o secretário foi convocado e compareceu para prestar esclarecimentos sobre o falecimento do paciente Juliano Machado, na porta da UBS da Vila Tibério, no dia 28 de fevereiro.

Segundo ofício do vereador Lincoln, os principais motivadores da convocação do secretário foram o vídeo veiculado onde aparece Juliano com tremores de febre alta e convulsão, e a informação de que não havia médico na UBS. "Isso causa medo na população de levar um ente querido a uma unidade de saúde do município", afirma Lincoln.

O secretário informou que foram feitos investigação e posteriormente relatório do caso, já enviado à mídia e ao CRM. Durante a sessão fez a leitura do documento aos vereadores, onde afirmou terem sido realizados três atendimentos ao paciente em dois dias, que era morador de rua e conhecido da equipe de saúde por frequentemente dormir nas imediações da UBS.

Sandro explicou que nos dois primeiros atendimentos, realizados no dia 27 de fevereiro, o paciente foi tratado pela equipe de enfermagem com medicação e soroterapia, e foi diagnosticado com crises de pressão arterial e crise convulsiva, respectivamente. No dia seguinte, segundo o relatório apresentado pelo secretário, o paciente deu entrada novamente na UBS da Villa Tibério com crise hipertensiva e dor de cabeça. Teve parada cardiorrespiratória e recebeu manobras de ressuscitação que não surtiram efeito, indo a óbito com laudo de edema pulmonar decorrente de infarto.

Quando questionado sobre os horários do médico escalado que estava ausente, o secretário informou que o profissional cumpriu a carga horária de trabalho no dia, com alteração de uma hora nos horários de entrada e saída, por ter compromissos com o filho. Segundo ele, o equivoco do médico se deu em não comunicar a gerência da unidade. Sandro disse discordar que tenha havido omissão no atendimento e frisou que a morte do paciente não tem relação com os questionamentos apontados. O vereador Lincoln Fernandes discorda. "A Secretaria da Saúde está conivente com a conduta do médico que não cumpriu devidamente a escala. Um compromisso de rotina não pode ser mais importante que uma vida em risco", conclui o parlamentar.

Por Marco Aurélio Tarlá